Existe sangue em minhas mãos
O corpo desfalecido é dele
Olhos abertos e sem a luz.
A pele corada, agora não passa de uma vela.
Um peso sem serventia alguma.
Sem importância.
Pena e circunstância.
Remorso e ira.
Vaidade e soberba.
Pureza e hedonismo.
A voz manda com sussurro.
O rio gelado recebe o corpo.
Afundando e pintando o azul com vermelho
Minhas mãos carregam o sangue
Do amante traidor.
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